quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Pausa.


Que a Liberdade de Expressão seja garantida a todo e qualquer ser humano.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Paradoxo.



Por vezes, tento sair do escuro e alcançar a claridade. Na maioria das vezes, tento ser perfeito, ao mesmo tempo em que esta tentativa me impossibilita de alcançá-la. Durante uma tarefa, tendo a querer chegar até o fim, mas ao decorrer desta, regrido e desisto - de maneira cruel, insensata e medíocre. Se é para estar a fugir, é melhor olhar-me no espelho, ver se há espaço por entre a moldura, e encarar (sem desculpa) o grande vazio da minha face. De uma coisa eu sei: é inevitável tentar não sobressair-se - mesmo que seja por uma causa ridícula e que repercuta sofrimento. Mas, de qualquer maneira, o que há de melhor está perdido. E eu preciso encontrar rapidamente. 

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Asas, Balões, Dirigíveis e Aviões.





    Certa vez, uma pessoa me disse que me amava pelo fato de eu quebrar com rituais para execução de ações. Aos poucos eu fui percebendo que rituais são quase que fictícios – porém monótonos. De acordo com toda minha sinceridade (muitas vezes tão bizarra), indaguei sobre a necessidade de seguir padrões. E não, não gostei disto. E por mais que dissessem “É cedo!” percebi que nada poderia definir estados (ou estágios) de uma evolução quase que imutável. Eu mudei, não sou o mesmo – nem o serei amanhã. Mas o simples fato de saber que amanhã não o serei, acabo contornando esta história. Tudo mudará. A data de hoje passará a ser importante e começarei a gostar mais do meu nome... Não, isto não é um ERRO, mas poderá ser um EROS – mais tarde, quem sabe...

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Mantras, desejos e figas.

    Surpresa! Eu não esperava reações, resistências... Mas percebi que o que passou talvez tenha servido. Servido? Não sei ao certo. O certo que talvez, com todo o corre corre, realmente ficou para trás. Mas eu tenho medo de me acostumar, agregar ou desconsertar qualquer coisa que se chame de sentimento. Porque se sinto, eu sinto – e sentir talvez seja surpresa (pelo menos para mim, neste momento). E é assim: desajeitado, desconsertado, sem resistência e com reações que vou me acostumando... Acordo, vejo e relembro de cada gesto desajeitado. Isto faz refletir sorrateiramente – assim como fui sendo perdido e achado ao mesmo tempo. E é nesta contradição que vou percebendo... Porque eu acho estranho o paradoxo – mas o que é estranho me convém. Surpresa! Eu reagi e resisti. E serviu, e ficou para trás – assim como fui me acostumando com cada gesto, sentindo (mesmo que desajeitado) e consertando o desconserto (porque ao certo, nada existe como CERTO, e sim como o que posso considerar certo ou não no MEU MUNDO). E é por tantas e tantas coisas que vivo assim: aprendendo com o passado, mas tendo medo de revivê-lo num momento qualquer...

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Eu, mim e mim mesmo.

    Por mais que eu tentasse desacreditar num futuro quase remoto, me peguei pensando e tentando incentivar a mim mesmo. Parece absurdo, mas quando tento superar o que antes era apenas um ato desagradável, tudo vem à tona: cada gesto, cada toque, cada olhar. Tudo parece tão perfeito – que muitas vezes penso nem valer a pena. Não gosto de rituais, aliás, eles me deixam encabulados. Todas estas coisas formais me deixam sem ação. Eu não gostaria de ter que me rever a cada momento vivido, mas parece que é assim mesmo: tudo tem que ser passado para dar continuidade ao que pode vir-a-ser. E neste meio tempo, o que tenho a me perguntar é simples: Se mim não conjuga verbo, pode “mim” tentar ser alguém?


E por mais que eu tente não me segurar,
o vento vem,
quebra o meu guarda-chuva
e vai embora...
me deixando ao relento...

domingo, 3 de julho de 2011

Meu cinto.




E quando esclarecido, não interessa o que pode acontecer depois. Depois? Isto é um jogo da trajetória? O que devo aqui informar é como tudo se esclarece com a não-palavra-dita – e como o silêncio é o maior dos sábios. Se, pobre de mim, vim com sentimentos, não tenho medo de senti-los. O que tenho mais medo é de não poder ESCLARECER. E este é meu maior medo: não ser objetivo no que sinto. Entre o “sinto” e o “cinto” apenas uma letra muda, e esta faz toda a diferença. Enquanto o “cinto” me aperta, o “sinto” me deixa ser quem sou...
Algumas pessoas me dizem que perderam o real sentido do amor. E eu, não sei realmente, se é amor o que sinto. Ninguém nunca conseguiu definir o amor de uma forma objetiva. E eu preciso disto. Ou será que eu preciso apenas senti-lo de uma maneira outra? Sendo assim, não importa se deixo o “cinto” me corromper. E se o amor fugiu, ou de outra forma, tiraram-no como quem não queriam nada, “Aqui jaz aquele que não soube... ou melhor, aquele que ousou saber...” 

terça-feira, 28 de junho de 2011

Restrito.



    Eu sinto falta. Eu sinto falta de um toque. Eu sinto falta de um toque organizado. O equilíbrio que vem de fora rompe o meu desejo. Eu queria ter a decência de uma criança perdida na floresta. Chega de punições, de moralismo, de bloqueios! O meu espaço vem sendo roubado por pessoas de outro mundo. Eu não sou vitorioso – nem muito menos perdedor... mas eu preciso de um toque; de suas mãos no meu corpo; de um carinho exacerbado. Não precisa ser suave, basta me proporcionar forças libidinosas, me levar ao gozo, à loucura. Eu sinto falta de um toque que estabeleça poder sobre mim. Não quero um tempo que diga que estou atrasado. Não quero imperfeições. Liberdade, igualdade, sanidade e verdade! A verdade em querer ser... a verdade em poder-vir-a-ser... humano? Portanto, querido SUPEREGO, deixe-me transparecer! Tudo que é SUPER não serve, a meu ver... Chega de tentar fazer fingir o que jamais devo ser! Associando, ignorando e indagando sobre este discurso, eu quero deixar-me fora, ao acaso, eu quero ser... qualquer coisa... (menos um objeto raso).

terça-feira, 14 de junho de 2011

Death Clock.


Às vezes, é muito bom ficar (e estar) só. Pensamentos, memórias e (des) atenções vêm como peso numa trajetória descontínua. Este curto espaço que percorremos desde a trompa materna até onde estamos é complexo – apesar de curto. Enquanto ficamos nos preocupando com sensibilizações, angústias e revoltas, tudo passa ao nosso redor e, num piscar de olhos, não poderemos voltar atrás. Precisamos de um “Bom dia!”, de um “Está tudo bem?”, de um “Olá, amigo!”. Ora, somos humanos, somos frágeis, somos seres sendo e demonstrando posições e escolhas de modos de ser diferentes. Falar ‘amor’, ‘adeus’ ou ‘nunca’, não é o mais importante, não tem o menor sentido.
As bolhas estouram. O sol nasce e se põe. A chuva cessa. O vento passa... TUDO tem seu tempo, seu determinado TEMPO. E o que acontece quando tentamos fugir deste tempo? Corrompemos com um padrão pré-estabelecido, e isso é bom... muito bom! Pois é. Estamos aí. Tudo se complicará. Sonhos serão realizados (e outros serão eternos sonhos). O que é FATO é que não estaremos mais aqui para representar coisas – a finitude não nos permite tal finalidade, mas com certeza mostra o modo sendo na mais bela máscara: o eu já fui.




#adoro-tudoisso.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

...



"Querendo a vida é bem mais fácil... é tão melhor viver em paz!"

sábado, 4 de junho de 2011

.

Os seres vivos têm uma escala – de acordo com a Biologia – a seguirem. Sim. Eu aprendi a ser humano. Eu nasci, cresci, atingi à maturidade, reproduzi (somente aquilo do que tive experiência, e mais nada), e estou rumo à morte. Tenho o meu tempo. Todo o meu tempo... Mas uma coisa que falta nesta escala, pelo menos na dos seres humanos, é a decepção. As pessoas tendem a esperar muito das outras (talvez como uma forma de torná-las apoios para si).
Em meio a frustrações, angústias e baixa autoestima, me deparo dia a dia com o sofrimento, seja ele do outro ou os meus próprios. E perante tantos sentimentos, uma coisa é certa: Não devemos esperar muito dos outros. Os outros, contudo, são humanos e falham – assim como aquele relógio de parede de 4 anos atrás.
Não espere muito de mim.
Eu posso ser apenas humano?

sábado, 14 de maio de 2011

~ Aperto. Vazio. Cruel.

De acordo com Dalgalarrondo, uma vida sem afetividade é uma vida vazia. Pois bem. Creio que nunca existirá este momento na vida de qualquer que seja este indivíduo. Por mais que tentemos representar aquilo que sempre nos falta, sempre remeteremos a coisas que, de forma ou de outa, habitam o íntimo do âmago. Coisas que, a qualquer momento, representarão algum sentido. Sentido – talvez seja esta a palavra que requer contemplação em nossa sociedade. Em busca deste sentido é que acabamos achando que temos uma vida vazia. Quando este “vazio existencial” nos deprime, é essencial avaliarmos nossa relação com o mundo e com os demais que habitam o mesmo mundo. Pensar em singularidade é mais que falar em subjetividade, mas é conceber cada idealização, cada vivência, cada experimentação para o embasamento do sentido. Por volta de tantas descobertas e tecnologias, a humanidade se vê cada vez mais sem uma raiz a se agarrar: procura-se o inferno individual, vislumbra-se um céu encantado e acaba-se no limbo. Se existem anjos, que eles venham a mim. Se existem demônios, que sejam exorcizados. Se existem cobras, que não tenham asas. E que, se existem pessoas boas, que elas distribuam sentido a suas próprias benfeitorias. A afetividade é essencial para se construir relações pessoais. O narcisismo também é essencial – assim como um pouco de egoísmo também o é. Presos num mundo onde o “querer-tornar” é mais importante do que o “ser-a-si-mesmo”, basta aqui perguntar: Onde buscar um sentido? Não deverá, jamais, buscá-lo em outras pessoas (estas não são seus espelhos, são vidas separadas da sua). E não preciso de algo que me contamine, algo que me preencha toda a substancialidade dos sentimentos. Não preciso de pessoas que se apegam rápido, que dão muitos abraços ou demonstram carinho exageradamente. E, como diz Mário Quintana: Se tu me amas, ama-me baixinho. Não incomodeis os passarinhos!

O meu guarda-chuva não quer fechar.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

(...)

           
            Você quer ser uma planta da caatinga?

Eu admiro a vegetação da caatinga. Principalmente as Palmas. Elas absorvem a água – quando chove – e retêm o líquido por um bom tempo. Sem folhas. Com espinhos (transparentes) – apropriados para a retenção da água. Tudo tem o seu “lindo” lugar neste espaço. Eu admiro as Palmas.
            E vem o outro dia, e um novo sol – desta vez, mais escaldante que o de ontem. E ela está lá, com sua essência, com aquilo que lhe faz ser o que ela é. E seus espinhos perfuram a carne de quem encosta – seja a mão do trabalhador, seja o focinho de um animal. TUDO TEM O SEU “LINDO” LUGAR!
            As Palmas, ao serem cortadas, deixam sua essência transparecer. Ela está lá – numa outra forma. Tudo parece novo. Um novo sol. Uma nova essência. E isto parece ser gerado por um fluxo contínuo. E onde está aquilo que nos faz ser mais humanos? E onde está aquilo que nos diferencia dos demais seres viventes neste mundo? E onde está quilo que chamamos de “humanidade”, “lealdade”,” justiça”, “compreensão”, “igualdade”? Onde está o nosso “fazer humano”?
            Hoje nós estamos inteiros, procurando esta essência que nos nutre dia após dia. E, amanhã, ao sermos esvaziados com o ducto da vida, tornamos aquilo que SEMPRE tivemos medo de ser: lembranças. Hoje, presumo, todas as pessoas procuram uma essência. Mas, qual é o lugar que devemos olhar,  primeiramente, para encontrá-la?

            E agora, você quer ser uma planta da caatinga?

segunda-feira, 25 de abril de 2011

. Eu sou um Dasein!




            - Próximo!
            Ele entrou no consultório do Dr. S. Ele estava incomodado desde a sala de espera. O consultório era vazio, rude, paredes rústicas, móveis desagradáveis aos olhos de quem vê. Tudo era tão diferente do que se via nos filmes e novelas. Sentou-se.
            - Em quê posso ajudar? – disse o Dr. S.
            - É que eu estou com uns caroços na cabeça. Isto está me deixando cansado. Dói. Coça. E mal consigo dormir com dores de cabeça. – ele dizia isto olhando para as paredes.
            - Você vai tomar 2 doses de “X” por dia, 1 de “Y” de 8 em  8 horas e 2 de “W” de 2 em 2 dias. Volte aqui em 30 dias.
            A consulta durou 1min e 11 sec.
            Dia da volta...
            - Olá! Tomei todos os remédios e não melhorei. Meus caroços estão tão doloridos que mal consigo lavar os cabelos.
            - Ah... Estes procedimentos são lentos mesmo... Isto vai demorar muito a sanar. Vou lhe receitar doses de “U”, de “T” e de “F”. Volte aqui em 30 dias.
            - Espera aí, S. Eu sei que você tem um monte de pacientes para atender hoje – um monte, dos quais, apenas 1 ou 2 serão olhados nos olhos (e já estou tomando o lugar de um). Eu imagino como deve ser difícil trabalhar nos Serviços Públicos de Saúde. Eu trabalho, pago minhas contas e meus impostos, e é com este dinheiro que você come seu pão quentinho todos os dias. Veja bem: Eu preciso que você olhe, neste momento, para mim e deixasse a “doença”, que me acomete, um pouco de lado. Eu preciso que você seja mais sensato a me ver. Esta já é a segunda vez que venho aqui e você, sequer, sabe a cor e o diâmetro que estes caroços têm. Eu poderia estar com um câncer e em três meses morrer, por ele, sem nem ter sabido - por você ter negligenciado a ele e a mim. O fato é que estes caroços me incomodam (assim como um calo lhe incomoda, quando você calça este seu sapato branco que custa cerca de R$ 300,00, e que foi pago com o dinheiro de todos aqueles que sofrem lá fora). Gostaria que você me visse como um todo. Não é minha “doença” quem sofre, mas sou eu por completo que estou sofrendo. É horrível quando alguém me diz “Nossa, você tem caroços na cabeça!” e eu respondo “É...”. Enfim, eu não aguento mais. Isto está danificando minhas relações pessoais. Eu sou um ser humano, como todos que estão lá fora. E, o fato de chegar até aqui e lhe fazer tal reclamação não faz de mim um “menos humano”, mas o simples detalhe que falta no seu atendimento, está lhe tornando o “menos humano” que você nunca desejou ser. Tenha um bom dia! – e retirou-se.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Memória de Trabalho.

Sem fala. Sem palavras. Sem fotografias. Nada!
   
   Eu já havia esquecido do teu rosto - não porque eu te esqueci, mas pelo tempo que te ver era comum a mim - e hoje, ao abrir um álbum de recordações, vi teu sorriso reluzindo. Sim... Eu abri minha bolsa e vi (no último bolso) o nosso álbum de recordações. Eu queria devolvê-lo. Isto me sufoca. Me prende num passado que não passa disto: PASSADO. Eu quero me libertar destas algemas. Eu quero fazer de mim não quem eu era, mas quem, acima de tudo, eu possa ser.
   Cartas cheias de palavras, encantos, amores e aflições. Hoje, aqui, tenho palavras (sem encantos, sem amores) mas as aflições perduram... e não somem. Eu queria poder falar em sussurro, no teu ouvido, que foi tão bom... tanto, tanto, tanto... E cá estou eu - no meu canto. E lá está você, reluzindo... estagnado num álbum velho de recordações... E hoje, é isto que você é: uma recordação (e talvez somente isto).
   E, a única coisa que eu não quero - JAMAIS - é ter Alzheimer.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

(Des)Apego.

   



    Na minha 8ª série, na disciplina de Química, tive que decorar a ordem de dureza de algumas pedras. Como eu decorei, não ficou bem arquivado em minha memória, pois - como todos sabem - aquilo que não usamos com frequência é esquecido e levado com o vento como se fosse poeira de um livro antigo. Pois bem, hoje, me lembrei de tal aula. Minha professora era daquelas que todos têm medo. E o meu maior "MEDO", na época, era ter notas baixas e por isso estudei. Mas hoje eu só me lembro da última pedra, a pedra do topo da escala, a pedra que só é lapidada, riscada (ou qualquer coisa do tipo) com outra da mesma: o DIAMANTE. Pedra fria linda, este diamante. Brilha, apesar de duro.
    Hoje, ao chegar em casa, olhei para um pequeno cacto que fica na sala. Quantas vezes eu quis ser um cacto? Quantas vezes eu fui aquele pequeno e infame cacto? Quantas vezes eu me machuquei com meus prórprios espinhos? 
    Não me lembro. 
    Não me importo. 
  O que importa, realmente, é que hoje eu queria ser um cacto. Forte, resistente e com espinhos para proteger-me.
    Mas ser um cacto me torna passivo às coisas externas a mim. Só terei meus próprios espinhos - que usarei para machucar outros seres, e isto é MAU. Então eu quero ser um diamante.
    Mas de quê me adianta sê-lo se o meu brilho será ofuscado quando a noite cair e as estrelas sorrirem?             
    Diamantes.
    Cactos.
   Sinceramente, EU não nasci para isto. Este não sou EU. EU não sou forte. EU me machuco fácil. EU me martirizo por coisas frívolas e desnecessárias. Hoje eu não quero usar máscaras - não que eu as use com facilidade... Hoje eu quero ser quem sou. Hoje eu quero apenas existir, fazer... SER...

  

quarta-feira, 2 de março de 2011

Trem das 25 horas.

   Hoje eu não quero um "BOM DIA!" comum, apenas. Hoje pode ser domingo, segunda, terça... não importa! Eu cansei de esperar tudo chegar a mim, e pior, me arrependo por não ter ido buscar coisas antes. Eu queria férias, sabe!? Férias até de mim mesmo - é cansativo ser eu todos os dias; tenho que acordar, estudar, comer e dormir (obedecer a todas as necessidades físicas e fisiológicas). Tenho que sair um pouco, beber, embriagar-me, cair, chorar. Não quero que daqui uns sessenta anos eu me arrependa de não ter vivido o Carpe Diem. Penso em desistir da faculdade. Penso em quebrar o celular. Penso em rasgar todos os livros de filosofia (que são poucos) que tenho e viver minha própria filosofia. Eu canso de sofrer, às vezes. Eu canso de ficar triste. Eu canso da mesmice em demasia. Eu quero desapegar a este mundo. Eu quero viver um tempo só e pensar fora de mim. Eu tenho sensações de que minha alma quer sair de mim (eu tento puxar, tento mesmo, e acordo - até ela se deu conta de que às vezes eu sou insuportável, sabe).

   Chove lá fora e eu fico aqui escutando música, escrevendo, esperando telefonemas. E nada. E o nada. Quero mudar de corte de cabelo. Quero ser mais sério, seco, frio. Quero um outro mundo. Quero "meu" mundo e "minha" verdade - e torná-la absoluta. Não vou criar expectativas, não dá certo isto, eu tenho tanta sorte que sou capaz de receber um diagnóstico assinando minha sentença de morte. Odeio ter que viver para todos.

   Estou começando a pensar mais em mim. Mas parece que eu não deixo (jamais) de ser o ID - o "material reprimido freudiano".

  

domingo, 13 de fevereiro de 2011

~ Paralelos ~

   Uma rua estreita, porém populosa. Algo como uma viela, porém com uma pequena saída. Gosto de decepção - não 'gosto' de 'gostar', mas 'gosto' de 'sabor'. Sentimento de renúncia. Compreensão de fatos desagradáveis aos olhos alheios. Mais uma viela, desta vez em outro quarteirão. Desajeitado; desengonçado; sem criatividade: era assim que eu me encontrava. E como a situação nos situa, ao mesmo tempo fiquei sem ação. Pedidos de desculpa. Contentamento e parabéns. Sentimentos de angústia, sofrimento e aflição.

   Opostos. Dispostos. Luz acesa. Tudo azul. Reluzente. Displicente. Inigualável.

   Tudo mudava de acordo com a música que tocava. Divas do pop. Pessoas conhecidas - pelo menos do lado exterior. Lugar vazio. Cheio de pedidos surreais e reais. Tudo NORMAL, como eu não gosto. Abraços vazios, sorrisos vazios, apertos de mãos... vazios. Tudo estava vazio.

   "Duas pessoas em silêncio sempre dão tanto o que falar..." E o silêncio, de certa forma me preocupa. Porque o NÃO emite o som a 200 decibéis. Acerto de contas. Despedidas.

   Encontros... Humildes encontros. Não há vazio. Não há arrependimento. Bate o vento, vem a aurora e uma nova expectativa: amanhã poderei ser melhor! O vento de uma cidade nova, aos meus olhos, bate no meu rosto como uma jorrada de pensamentos. E eu me perco nos pensamentos e sou levado pelo vento para outro cenário.

   Mas como eu queria que este cenário não fosse cinematográfico! Como eu queria que lá não existissem aqueles diretores chatos que cortam as cenas quando tudo se torna mais empolgante. A coisa que é certa de existir neste cenário é a árvore do bem e do mal. E, eu acho, que comi do fruto proibido. Eu errei. Mas não me arrependo. Isto faz de mim um ser menos humano? Não! Mas com certeza me abre uma grande possibilidade de errar novamente, e isto me faz regredir. Recair....

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Ontem.

   




 Aprendi neste "longo" tempo de vida, com todas as pessoas que passaram por mim, que jamais se deve dizer NUNCA. Contudo, neste mesmo espaço de tempo, aprendi sozinho que jamais de deve dizer PRA SEMPRE. E, como em Grey's Anatomy: "A pessoa que inventou o 'Felizes para sempre' deveria tomar uma surra daquelas." 

  Só isso. Mais nada.
  

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Amanhã...

    207.738 km. Uma ambulância - branca com uma cruz vermelha, como de praxe. Uma roupa "social". Alguns telefonemas. Preparativos... Festa! (ou será "Festa..."?)
    
    Eu não gosto muito de festas, aliás, eu gosto de festas. O que eu não gosto é do dia após a festa. Nestes dias - após as festas - eu me sinto como se fosse a personagem Cinderela: tudo está perfeito e, quando menos se espera, o encanto se rompe, se fragiliza e me torno apenas normal.

    - A bebida faz as pessoas terem coragem ou as fazem ser o que elas não são?
   - Sei lá... Mas acho que a bebida, na verdade, faz as pessoas terem coragem para mostrar aquilo que elas não são - mas que está impregnado sem que elas notem. (acho que foram estas as palavras de minha amiga Juliet)

    E estas palavras me fizeram refletir.
    E caiu o gelo.
   Um abraço. O MELHOR abraço. Talvez, produzido pelo efeito do álcool. Não ligo. Não importa.

    "Olhos de ressaca, oblíquos e dissimulados" por trás de uns óculos grandes. Havia um contraste especial; com brilho; com cor; nítido. E toda esta configuração me põe na realidade. Mas a realidade é para quem não crê no surreal. E eu sonho. E a água cai como um cafuné na cabeça. O celular me acorda. E durmo - apesar de ter uma vontade enorme de sair do quarto escuro (há uma dicotomia, divergência aqui?).

    Qual será o sinal mais importante? A interrogação (?) com a renúncia da afirmação ou as reticências (...) com um quê de mistério no ar?
   E, apesar de ter terminado a frase anterior com uma interrogação, eu prefiro as reticências...

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Peço ajuda a Carl Rogers, Edmund Husserl e Fritz Perls!

Eu fico indignado com os auto-diagnósticos de doenças psíquicas e somáticas nos dias de hoje. Dia desses, vi numa revista que na Inglaterra cada vez mais as pessoas procuram consultórios de psicólogos, psiquiatras e psicanalistas com o auto-diagnóstico de Bipolaridade - isto sem nunca terem procurado um profissional da área.

Fico mais indignado ainda quando acesso a Internet e encontro nick's, mensagens, profiles de pessoas onde está escrito "A bipolar"; "A depressiva"; "A antissocial"... Não sei se isso é aparecer (por parte destas pessoas). Mas o que realmente eu penso - e tenho plena convicção disto - é que ninguém com tais diagnósticos sairiam divulgando por aí...

Pegar um livro; ler o que tem; ver doenças, síndromes, transtornos, distúrbios e outros mais... Isto todo mundo pode fazer (independente de ser portador de tais patologias - se assim o fosse, tenho CERTEZA que nenhum estudante de psicologia estaria em seu estado de plena e sã consciência.

Fiz todo este post escutando Thiago Pethit e suas músicas depressivas. (E isto não quer dizer absolutamente nada sobre meu estado de sanidade ou personalidade mórbida, pré-mórbida ou pós-mórbida. E nem dirá nada sobre o meu passado - mas, com certeza, me faz lembrar dele.)

OMG!
Será que sou Borderline?  /ironia 
                                                                                                                                                                    Isto só a Madonna me responderá...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

"Adeus" é para os Norte-Americanos.

Encontros... Sempre cheios de emoção, simpatia, flores, lugares e acenos. Sorriso nos lábios. Desejo. Sossego. Encontros... Demonstração, introjeção, reticências. A água encontra as pedras. A onda encontra a areia fina que escorre por entre os dedos. Suspense. Silêncio. Mais um sorriso, outras palavras. E acenos, e afagos, e loucuras. E tudo que é belo, (in)evitável. Caminhando sob o sol escondido entre as nuvens. Bailando o dia, encontrando a noite. Um aceno de saudade. Uma palavra de adeus, Despedidas... Desencontros... Sensibilidade. Impaciência. E frustrações. Revolta. Inabilidade com as palavras. E vem o medo e a insegurança para aumentar mais a incapacidade da mutilação congênita. E o tudo, e o todo. E o invariável varia com o tempo. E vem mais um dia. E mais um sol - o mesmo de ontem - com outra cara. Volta-se ao mesmo lugar na mesma hora. O tempo não é o mesmo; as horas passam lentamente. Dez segundos. Dez minutos. Dois ponteiros. Doze números. É apenas uma questão perdida: voltar o tempo é impossível. E as despedidas? Passam a ser reencontros de taças caras de vodka barata.


Créditos para Tiago Ribeiro.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

...??? (como dizia Brás Cubas)


    Dizem, por aí, que quando não se tem sorte no amor, se tem no jogo. Pois bem... Já sei que se eu for a Las Vegas, voltarei com - no mínimo - 5 bilhões de dólares! Então, assim que o sol raiá no dia seguinte, ao abrir a janela de minha casa, encontrarei dezenas de pessoas se candidatando ao 'amor'
    Faz sentido, eu acho...

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Feridas.

Ultimamente, o período de férias está me fazendo refletir acerca do que se fazer quando lidamos com crises existenciais.  Certa vez, uma professora de um cursinho me disse: "Quando você se encontrar nestes momentos, vá ao Hospital Psiquiátrico ou a um Abrigo de Idosos..." (Fica a dica!)
O fato é que não precisei disto. Ganhei um livro de presente de aniversário e comecei a ler esta semana. "Hoje eu sou Alice": nome propício? Talvez. Trata-se de uma história verídica de uma mulher que foi abusada pelo pai desde os 2 anos de idade, é alcoolista, usuária de drogas, sofre de anorexia, tem TOC e ainda convive com 9 (eu disse NOVE) personalidades! Bom, está aí um exemplo de que crises são coisas supérfluas comparando-as com a vida de algumas pessoas... Segue um trecho que eu amo ler:

"Existem duas correntes de pensamento no que diz respeito a feridas abertas: uma afirma que é melhor deixá-las cicatrizar ao ar livre; a outra, que é melhor mantê-las cobertas. Aderi à segunda..."

Parece que Ontem eu fui Alice...