quarta-feira, 2 de março de 2011

Trem das 25 horas.

   Hoje eu não quero um "BOM DIA!" comum, apenas. Hoje pode ser domingo, segunda, terça... não importa! Eu cansei de esperar tudo chegar a mim, e pior, me arrependo por não ter ido buscar coisas antes. Eu queria férias, sabe!? Férias até de mim mesmo - é cansativo ser eu todos os dias; tenho que acordar, estudar, comer e dormir (obedecer a todas as necessidades físicas e fisiológicas). Tenho que sair um pouco, beber, embriagar-me, cair, chorar. Não quero que daqui uns sessenta anos eu me arrependa de não ter vivido o Carpe Diem. Penso em desistir da faculdade. Penso em quebrar o celular. Penso em rasgar todos os livros de filosofia (que são poucos) que tenho e viver minha própria filosofia. Eu canso de sofrer, às vezes. Eu canso de ficar triste. Eu canso da mesmice em demasia. Eu quero desapegar a este mundo. Eu quero viver um tempo só e pensar fora de mim. Eu tenho sensações de que minha alma quer sair de mim (eu tento puxar, tento mesmo, e acordo - até ela se deu conta de que às vezes eu sou insuportável, sabe).

   Chove lá fora e eu fico aqui escutando música, escrevendo, esperando telefonemas. E nada. E o nada. Quero mudar de corte de cabelo. Quero ser mais sério, seco, frio. Quero um outro mundo. Quero "meu" mundo e "minha" verdade - e torná-la absoluta. Não vou criar expectativas, não dá certo isto, eu tenho tanta sorte que sou capaz de receber um diagnóstico assinando minha sentença de morte. Odeio ter que viver para todos.

   Estou começando a pensar mais em mim. Mas parece que eu não deixo (jamais) de ser o ID - o "material reprimido freudiano".