quarta-feira, 6 de abril de 2011

(Des)Apego.

   



    Na minha 8ª série, na disciplina de Química, tive que decorar a ordem de dureza de algumas pedras. Como eu decorei, não ficou bem arquivado em minha memória, pois - como todos sabem - aquilo que não usamos com frequência é esquecido e levado com o vento como se fosse poeira de um livro antigo. Pois bem, hoje, me lembrei de tal aula. Minha professora era daquelas que todos têm medo. E o meu maior "MEDO", na época, era ter notas baixas e por isso estudei. Mas hoje eu só me lembro da última pedra, a pedra do topo da escala, a pedra que só é lapidada, riscada (ou qualquer coisa do tipo) com outra da mesma: o DIAMANTE. Pedra fria linda, este diamante. Brilha, apesar de duro.
    Hoje, ao chegar em casa, olhei para um pequeno cacto que fica na sala. Quantas vezes eu quis ser um cacto? Quantas vezes eu fui aquele pequeno e infame cacto? Quantas vezes eu me machuquei com meus prórprios espinhos? 
    Não me lembro. 
    Não me importo. 
  O que importa, realmente, é que hoje eu queria ser um cacto. Forte, resistente e com espinhos para proteger-me.
    Mas ser um cacto me torna passivo às coisas externas a mim. Só terei meus próprios espinhos - que usarei para machucar outros seres, e isto é MAU. Então eu quero ser um diamante.
    Mas de quê me adianta sê-lo se o meu brilho será ofuscado quando a noite cair e as estrelas sorrirem?             
    Diamantes.
    Cactos.
   Sinceramente, EU não nasci para isto. Este não sou EU. EU não sou forte. EU me machuco fácil. EU me martirizo por coisas frívolas e desnecessárias. Hoje eu não quero usar máscaras - não que eu as use com facilidade... Hoje eu quero ser quem sou. Hoje eu quero apenas existir, fazer... SER...

  

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