Você quer ser uma planta da caatinga?
Eu admiro a vegetação da caatinga. Principalmente as Palmas. Elas absorvem a água – quando chove – e retêm o líquido por um bom tempo. Sem folhas. Com espinhos (transparentes) – apropriados para a retenção da água. Tudo tem o seu “lindo” lugar neste espaço. Eu admiro as Palmas.
E vem o outro dia, e um novo sol – desta vez, mais escaldante que o de ontem. E ela está lá, com sua essência, com aquilo que lhe faz ser o que ela é. E seus espinhos perfuram a carne de quem encosta – seja a mão do trabalhador, seja o focinho de um animal. TUDO TEM O SEU “LINDO” LUGAR!
As Palmas, ao serem cortadas, deixam sua essência transparecer. Ela está lá – numa outra forma. Tudo parece novo. Um novo sol. Uma nova essência. E isto parece ser gerado por um fluxo contínuo. E onde está aquilo que nos faz ser mais humanos? E onde está aquilo que nos diferencia dos demais seres viventes neste mundo? E onde está quilo que chamamos de “humanidade”, “lealdade”,” justiça”, “compreensão”, “igualdade”? Onde está o nosso “fazer humano”?
Hoje nós estamos inteiros, procurando esta essência que nos nutre dia após dia. E, amanhã, ao sermos esvaziados com o ducto da vida, tornamos aquilo que SEMPRE tivemos medo de ser: lembranças. Hoje, presumo, todas as pessoas procuram uma essência. Mas, qual é o lugar que devemos olhar, primeiramente, para encontrá-la?
E agora, você quer ser uma planta da caatinga?
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