De acordo com Dalgalarrondo, uma vida sem afetividade é uma vida vazia. Pois bem. Creio que nunca existirá este momento na vida de qualquer que seja este indivíduo. Por mais que tentemos representar aquilo que sempre nos falta, sempre remeteremos a coisas que, de forma ou de outa, habitam o íntimo do âmago. Coisas que, a qualquer momento, representarão algum sentido. Sentido – talvez seja esta a palavra que requer contemplação em nossa sociedade. Em busca deste sentido é que acabamos achando que temos uma vida vazia. Quando este “vazio existencial” nos deprime, é essencial avaliarmos nossa relação com o mundo e com os demais que habitam o mesmo mundo. Pensar em singularidade é mais que falar em subjetividade, mas é conceber cada idealização, cada vivência, cada experimentação para o embasamento do sentido. Por volta de tantas descobertas e tecnologias, a humanidade se vê cada vez mais sem uma raiz a se agarrar: procura-se o inferno individual, vislumbra-se um céu encantado e acaba-se no limbo. Se existem anjos, que eles venham a mim. Se existem demônios, que sejam exorcizados. Se existem cobras, que não tenham asas. E que, se existem pessoas boas, que elas distribuam sentido a suas próprias benfeitorias. A afetividade é essencial para se construir relações pessoais. O narcisismo também é essencial – assim como um pouco de egoísmo também o é. Presos num mundo onde o “querer-tornar” é mais importante do que o “ser-a-si-mesmo”, basta aqui perguntar: Onde buscar um sentido? Não deverá, jamais, buscá-lo em outras pessoas (estas não são seus espelhos, são vidas separadas da sua). E não preciso de algo que me contamine, algo que me preencha toda a substancialidade dos sentimentos. Não preciso de pessoas que se apegam rápido, que dão muitos abraços ou demonstram carinho exageradamente. E, como diz Mário Quintana: Se tu me amas, ama-me baixinho. Não incomodeis os passarinhos!
O meu guarda-chuva não quer fechar. |
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